- Ciência
Hoje, uma grande parte das calorias que ingerimos vêm de apenas algumas espécies vegetais - que são fontes básicas de carboidratos - como trigo, arroz, batata, milho e cana de açúcar.
Pense nos pães, massas, doces, biscoitos, salgadinhos… e também na pizza, na esfiha, no lamem, nas tortas, nos bolos. Você vai encontrar a presença das espécies comestíveis de sempre, mesmo se der a volta ao globo.
Falando no Brasil, só em relação a uma dessas espécies, o trigo, o consumo anual é de 40 kg por pessoa - o que podemos perceber pela grande presença de padarias nas esquinas.
Mas, então, como é que podem existir tantos produtos alimentícios nos mercados com o uso de tão pouca variedade de alimentos?
É que a indústria desse setor desenvolveu um conjunto de técnicas para modificar os produtos que comercializa. Sabor, textura, aroma, consistência, cor… tudo isso pode ser alterado e, com uma pequena lista de ingredientes vegetais ou animais, é possível produzir uma preparação que parece muito diferente das outras.
Assim, a ideia de que temos uma variada oferta de refeições à nossa disposição se revela uma ilusão e acabamos tendo dietas muito mais pobres do ponto de vista nutricional do que poderíamos ter - ainda mais se considerarmos a riqueza do que chamamos de agrobiodiversidade, ou seja, a diversidade biológica das espécies comestíveis, que é especialmente marcante no Brasil.
Para resumir, mesmo se você entrar em contato com produtos alimentícios com os nomes mais imprevisíveis, isso não significa que terá acesso à diversidade de alimentos. Se quiser fazer um teste, leia os rótulos.
E o mesmo cuidado vale quando pensar em adotar um tipo de alimentação. A cada momento surgem novas abordagens nutricionais e, muitas vezes, elas não trazem novidades consistentes, só propagam termos pomposos.
Você não se alimenta de nomes
Então, um primeiro passo para tentar se situar em relação à qual dieta escolher é que, independentemente do nome que ela receba, é fundamental que seja composta de pratos balanceados, biodiversos, preparados com ingredientes in natura de boa qualidade, de preferência orgânicos e integrais.
E que tenham muito sabor também, porque o paladar humano é capaz de distinguir uma vasta gama de nuances gustativos, se não se viciar em formulações repletas de sal, gordura, açúcar e aditivos artificiais - que os alimentos industrializados ou as redes de fast food geralmente apresentam.
Dito isso, vale a pena conhecer melhor uma proposta que se destaca por seus benefícios: a Alimentação Low Carb.
Basicamente, ela propõe a adoção de uma baixa presença de carboidratos nas refeições diárias, e vem ganhando espaço entre as pessoas que buscam equilibrar sua saúde e adquirir vitalidade e bem-estar.
Como falamos anteriormente, a humanidade adotou uma dieta que podemos chamar de Hight Carb. Sem dúvida, é uma alimentação que fornece muitas calorias (fonte de energia para o funcionamento do nosso corpo) e que facilitou a produção rural, através de monoculturas para cultivar em larga escala.
No entanto, grande parte desses alimentos, sobretudo os feitos com grãos que não são integrais, são pobres em nutrientes e não proporcionam saciedade e um organismo saudável.
O resultado desse tipo de alimentação pode ser visto nos altos índices de excesso de peso, diabetes, hipertensão e outras doenças crônicas não transmissíveis (as chamadas DCNTs) que países que adotaram a dieta ocidental padrão vêm registrando.
Como ela está associada ao uso exagerado de sal e açúcar, é uma dieta que não nutre, que gera desequilíbrios e está relacionada até ao aumento de casos de câncer e doenças neurológicas.
Para fugir dessa armadilha, é que muitas pessoas passaram a buscar uma alimentação com baixa presença desses carboidratos e acabaram encontrando a dieta Low Carb.
Se bem balanceada, ela pode ser rica em proteínas, estimular a saciedade e aumentar o gasto energético, ao promover a cetose - processo em que o corpo precisa produzir energia a partir de outra fonte que não seja a glicose (elemento básico dos carboidratos), passando a usar as reservas de gordura.
Low Carb, high pleasure
Somos seres onívoros e temos o privilégio de compor nossa alimentação com uma variedade imensa de ingredientes.
Se você pensa que uma dieta com poucos carboidratos significa mesmice ou falta de sabor, se engana redondamente.
Também não significa que você precisa ingerir altas quantidades de produtos de origem animal.
É possível mergulhar no mundo das proteínas de origem vegetal presentes em castanhas, raízes, hortaliças, sementes e frutos dos mais variados, garantindo refeições saborosas, nutritivas e nada monótonas. Mas isso não costuma ser muito fácil e o baixo consumo desses alimentos tem sido uma constante.
Se, por um lado, a alimentação Low Carb já se revelou repleta de benefícios, pois ajuda no controle de diabetes; traz qualidade ao sono; melhora o funcionamento cerebral e é considerada antiinflamatória e antioxidante; sendo usada como uma estratégia de ganho de massa magra e perda de gordura até por atletas de alto rendimento; por outro, nosso sistema alimentar não colabora para que ela possa ser adotada adequadamente.
Aonde você for, a oferta de receitas High Carb será alta e as alternativas a elas podem ser bem desinteressantes, como o eterno frango grelhado com legumes.
Além disso, a maior parte de nós não tem tempo de cozinhar, muito menos de se aventurar em um mundo gastronômico que escape do predomínio dos carboidratos rotineiros.
Uma solução pode ser a busca de refeições prontas, preparadas segundo a orientação de nutricionistas e culinaristas que sabem o valor - e o sabor - que nossa agrobiodiversidade possui.
Já existem kits saudáveis, práticos e gostosos para você adquirir e entrar no pique do Low Carb. Nossa head de nutrição, Natália Marques, orientou a elaboração de alguns e você pode experimentar em seu cardápio, através de uma parceria que a Awake estabeleceu recentemente .
Sempre é importante considerar que qualquer mudança em seu padrão alimentar requer atenção. Cada pessoa tem um organismo único, com uma capacidade muito particular de saborear, digerir e absorver o que come. Cada um tem ritmos e objetivos de vida particulares. Cada um é um ser integral, que precisa ser muito bem nutrido em suas esferas físicas, mentais, emocionais e energéticas.
Ah, não vamos esquecer algo fundamental: podemos ter tudo isso sem abrir mão do prazer de comer.
Se você faz questão que sua vida seja recheada de receitas que sejam saudáveis e que encantem pelo seu sabor, saiba que isso é perfeitamente possível no universo do Low Carb. Sim, ele pode mostrar um caminho para que, ao fazer suas refeições diárias, seu prazer seja totalmente High!
Awake. Life is inside.