- Ciência
Ter um filho ou ter uma filha é uma verdadeira dádiva. Gerar um novo ser, a partir de dois seres que já existem, é uma das maravilhas que a natureza nos permite vivenciar, estendendo de alguma forma a nossa existência no mundo, ao deixarmos descendentes. É o sonho que muitas pessoas sonham acordadas, imaginando como será esse bebê e tudo o que poderão ensinar e aprender com ele.
Mas, na vida real, muitas vezes o desejo não basta. Em alguns casos, pode até atrapalhar, gerando ansiedade excessiva ou até mesmo estressando profundamente quem está em busca de uma gravidez e enfrenta dificuldades em ter sucesso na jornada. E há novos problemas emergindo, já que o modo de vida atual tem comprometido nossa capacidade reprodutiva, fazendo com que, para muitas mulheres e muitos homens, gerar uma criança passe a ser um desafio.
Rotinas mais do que massacrantes, em que não há tempo para se alimentar bem, descansar, ter contato com a natureza nem momentos de autocuidado: é assim que a maioria de nós vive hoje. Abrimos as portas para os desequilíbrios físicos, mentais, emocionais e energéticos se instalarem. Baixa na libido, esgotamento, falta de nutrientes… você provavelmente já deve saber como é se sentir com a saúde enfraquecida. É claro que seu sistema reprodutivo, algo complexo e sob influência de muitos fatores, também vai sentir o baque.
Além disso, há o efeito de substâncias que não faziam parte das nossas vidas antigamente. Componentes presentes em alimentos, cosméticos, produtos de limpeza e embalagens podem agir como disruptores endócrinos, ou seja, estimular ou inibir a produção e a liberação de certos hormônios, o que pode atrapalhar bastante o sistema reprodutivo.
É o caso do bisfenol A, elemento que encontramos em alguns tipos de recipientes plásticos e em certos produtos rotineiros, como tintas. Também vale mencionar o cigarro, o álcool e outras drogas lícitas e ilícitas, inclusive os anabolizantes usados para ganhar massa muscular - todos comprovadamente relacionados à diminuição da fertilidade.
Estudos têm mostrado que os inseticidas, usados no cultivo da maior parte dos alimentos oferecidos nos mercados, estão relacionados à diminuição da produção de espermatozoides, o que explica em parte porque os homens estão se tornando menos férteis nas últimas décadas. E já se constatou que a exposição a agrotóxicos tem relação com o aumento de casos de abortos espontâneos e de malformações fetais, o que também tem sido alvo de pesquisas acadêmicas.
Tempo de tomar providências
Quando um casal está há mais de um ano tentando engravidar, mantendo relações sexuais regulares, e não tem êxito, a Organização Mundial da Saúde considera que se trata de um caso de subfertilidade, recomendando a busca de avaliação clínica adicional. Mas essa classificação não representa um estado definitivo, apenas se refere à probabilidade de concepção com o tempo. Em geral, 84% dos casais tentantes conseguem engravidar dentro de 1 ano e 92%, dentro de 2 anos.
Assim, podemos dizer que, atualmente, cerca de 16% deles se enquadram nos índices de subfertilidade, com variações entre regiões do globo. Os motivos fisiológicos que a medicina costuma considerar para que uma pessoa não seja (ou não esteja) fértil são muito variados, mas, em geral, costumam envolver os órgãos reprodutivos e o sistema hormonal. Pode ser um problema com a mulher, com o homem ou com ambos. Além disso, há muitos fatores que vão além da esfera física e que costumam ser pouco abordados pela classe médica.
Uma das condições comuns entre as mulheres subférteis é a Síndrome do Ovário Policístico (SOP). Ela atinge mundialmente de 5 a 20% das mulheres em idade reprodutiva e costuma gerar ciclos menstruais irregulares, dificultando o planejamento da gravidez. Um dos fatores que pode aumentar a probabilidade de desenvolver a doença, bem como outras condições que interferem na fertilidade, é o excesso de peso, mas é preciso considerar também o histórico familiar.
Em relação aos homens, já se sabe que aproximadamente 30% dos casos de subfertilidade se devem somente a fatores masculinos. Alguns dos problemas reprodutivos comuns são a disfunção erétil e a perda de libido, além da dificuldade de produzir espermatozoides, que pode ter origem genética ou ocorrer devido a fatores ambientais. Outras condições são a varicocele, em que há dilatação nas veias dos testículos, as infecções e os problemas neurológicos.
No entanto, mesmo em casos de alterações fisiológicas mais conhecidas, isso não significa um destino imutável e há, sim, muitos tratamentos para que os casais possam realizar o sonho da maternidade e da paternidade. Há quem tente por vários anos e, depois de muito sonhar e se empenhar em buscar os caminhos para a fertilidade, consegue viver a experiência inigualável de ter um filho. E jura que faria tudo novamente!
Tecnologia ancestral
Você deve se lembrar de que é um mamífero, não é? Com raras exceções, os animais mamíferos, como nós, geram seus filhos dentro do útero, o órgão feminino que é nossa primeira casa. É uma tecnologia natural, desenvolvida após um processo de bilhões de anos de vida no planeta e que, em nossa espécie, desperta os sentimentos mais profundos de afeto e cria vínculos para toda a vida. De fato, a fertilidade sempre foi louvada pelas civilizações humanas, como provam esculturas antiquíssimas achadas pela arqueologia.
Se no passado as pessoas tinham muitos filhos, é porque a chance de um deles sobreviver era bem menor do que hoje. Mulheres passavam muito de suas vidas gerando e amamentando seus bebês, fazendo o possível para que vivessem. No entanto, a fertilidade sempre dependeu de certas condições de saúde, como estarem bem nutridas para acolher um ser dentro de si, no caso das mulheres, e ter vigor para manter relações sexuais, no caso dos homens. E, às vezes, surgiam dificuldades.
É por isso que sempre buscamos formas de estimular alguém a ser mais fértil e, hoje, chegamos a um nível tecnológico que nos permite fazer até fertilizações fora do corpo humano, o que tem possibilitado que muitos casais tenham o prazer de terem seus filhos naturais nos braços. Só que, como já mencionamos, os custos de tratamentos sofisticados como esse costumam ser altíssimos, exigindo um esforço financeiro que poucas pessoas podem fazer.
O que muita gente não sabe é que, mesmo quando há o acesso a uma dessas tecnologias de ponta no setor de reprodução assistida, isso está longe de significar que todas as nossas tecnologias ancestrais perderam a validade. Existe uma terapia milenar que se mantém em pleno vigor e conquistou o reconhecimento da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, sendo considerada um tratamento complementar no processo dos casais tentantes: a Acupuntura.
Sim, as antiquíssimas agulhinhas entram em cena novamente! Já consagradas em muitas áreas da saúde e do bem-estar, como na diminuição da dor e da inflamação, elas podem ser usadas para harmonizar determinadas funções do organismo ligadas à reprodução, bem como equilibrar emocionalmente e energeticamente as pessoas que querem ser futuras mamães e futuros papais. E têm muitas vantagens, como serem mais acessíveis financeiramente e não terem efeitos colaterais.
Pontos da fertilidade
Se você acha que a Acupuntura é algo exótico, saiba que a comunidade científica já desvendou o mecanismo básico de seu funcionamento. Ela ativa pontos energéticos que a neurociência define como neuro reativos (pois estimulam o sistema nervoso), de modo a promover o reequilíbrio das funções corporais.
Segundo mapeamento feito pela Fiocruz, ela pode tratar vários distúrbios de saúde, como demonstram milhares de estudos científicos. E, de acordo com um relatório que a Organização Mundial da Saúde publicou em 2019, já é aplicada em 113 países, sendo a terapia complementar e integrativa mais praticada no mundo.
No tratamento para fortalecer a fertilidade, tanto homens como mulheres encontram nas agulhas um caminho promissor. O organismo feminino é beneficiado com o aumento do fluxo sanguíneo para o útero e os ovários, o que significa mais nutrientes e melhor oxigenação e, portanto, o fortalecimento dos óvulos. Estudos demonstram efeitos positivos mesmo em casos de síndrome dos ovários policísticos, ao promover a regulação dos ciclos menstruais.
A terapia também melhora a receptividade do endométrio, o que ajuda no acolhimento do óvulo fecundado. É por isso que ela também é muito eficaz até em casos de fertilização in vitro, como comprovam muitos artigos científicos. Além disso, ela modula a secreção dos hormônios, ao agir no hipotálamo, o que é positivo tanto fisicamente como emocionalmente. Aliás, também é excelente na diminuição da ansiedade e do estresse, ao liberar endorfinas, sendo recomendada para casais ansiosos com a busca da gravidez, algo muito comum.
Os homens são especialmente atingidos por pressões no trabalho e por poluição ambiental e, muitas vezes, não se alimentam bem, desequilibrando seus sistemas vitais. A Acupuntura já se comprovou eficiente como um tratamento complementar nos casos de subfertilidade masculina. Ela pode elevar a testosterona sérica, melhorar o fluxo sanguíneo testicular e aumentar a concentração dos espermatozoides, dando qualidade ao sêmen. Também recupera a vitalidade e o equilíbrio psicoemocional.
Se você e o companheiro (ou a companheira) que você escolheu para viver conjuntamente a experiência indescritível de ter um bebê estiverem em busca de uma terapia que dê amparo completo à saúde física, mental, emocional e energética nesse momento único, a Acupuntura vai receber vocês de braços abertos - assim como vocês também vão abrir amorosamente seus braços para o novo ser que trarão ao mundo, nutrindo o maravilhoso ciclo gerador da vida.
Awake. Life is inside.