- Ciência
O ser humano evoluiu graças a sua capacidade de adaptação. Mas o que isso realmente significa?
Muitas vezes, falar de adaptação pode soar como uma simples aceitação de uma situação. Mas, na biologia, é o oposto disso. Adaptação é transformação. É a capacidade inata que nosso organismo tem de se reorganizar fisiologicamente para sobreviver e que todas as nossas células possuem de criar novas formas para cumprir suas funções.
Em 1936, o médico endocrinologista Hans Selye demonstrou que nos adaptamos a uma situação quando ela gera uma dose extra de estresse no organismo. É isso que nos faz tomar medidas para garantir a nossa sobrevivência. Esse mecanismo ficou conhecido como Síndrome de Adaptação Geral.
Porém, ele também demonstrou que, caso uma pessoa sofra doses intensas e constantes de estresse (ambiental, físico ou mental), ela poderá criar adaptações disfuncionais que, ao longo do tempo, acabam se transformando em doenças. Ou seja, a adaptação ao ambiente ao ser mal gerenciada pelo sistema nervoso central pode levar a diversas disfunções.
Dores de tensão muscular, que se tornam inflamações crônicas, são exemplos cotidianos de adaptações disfuncionais.
Hoje existe uma tecnologia terapêutica que modula possíveis desbalanceamentos, interagindo com o sistema nervoso central para "acordar" o organismo para se auto-regular e voltar a funcionar em seu estado original.
Como isso acontece?
REAC é a sigla correspondente a Radio Electric Asymmetric Conveyer e o termo pode ser traduzido como Transportador Assimétrico Radio-elétrico. Ele funciona como uma pequena antena que interage com as correntes eletromagnéticas que fluem pelo nosso corpo, fazendo com que o reconhecimento dos desequilíbrios pelo sistema nervoso central seja mais efetivo. É o que chamamos de neuromodulação. A aplicação não é invasiva, dura apenas poucos segundos e é absolutamente indolor.
A Tecnologia REAC foi desenvolvida pelos médicos italianos Salvatore Rinaldi e Vania Fontani depois de 30 anos de intensas pesquisas, e vem sendo indicada para minimizar dores nos pacientes com transtornos psíquicos, como ansiedade, hiperatividade, dificuldade de aprendizado, autismo, e de outras doenças neurológicas que afetam as funções neuromotoras.
Até mesmo a cicatrização pós-operatória mostrou maior rapidez com a utilização da terapia. Nesse sentido, um dos setores promissores em que ela vem sendo estudada é justamente na medicina regenerativa. Além de ter revelado capacidade de acelerar a recuperação em caso de lesões nas articulações, ela demonstrou potencial nas pesquisas com células tronco, o que pode contribuir para o desenvolvimento de tratamentos de diversas doenças degenerativas.
Para entender até onde o REAC pode chegar, a tecnologia vem ajudando em pesquisas espaciais, reduzindo o impacto da falta de gravidade em células do sistema imunológico de astronautas em missões de longa duração.
Nesta busca incessante da ciência em otimizar o funcionamento do corpo humano, com a neuromodulação nem o céu é o limite!