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Quer emagrecer? Equilibre seus hormônios

Quer emagrecer? Equilibre seus hormônios
  • Ciência

Quando você pensa em perda de peso, o que sempre vem à sua mente é o quê, quando e quanto você come, e se pratica ou não exercícios de forma suficiente, não é? 


A eterna equação que mede nosso consumo e nosso gasto calórico é o pesadelo matemático que assombra uma parcela cada vez maior da humanidade, à medida em que a obesidade avança pelo planeta e a luta contra a balança ganha dimensões épicas. 


É impossível negar a relação entre o excesso de calorias ingeridas e os quilos extras que vão se acumulando com o passar dos anos. As dietas engordativas e o sedentarismo se tornaram pragas mundiais e são, sim, responsáveis por boa parte das toneladas a mais que as populações do planeta todo estão pesando.


Mas, quando dizemos que a obesidade é uma doença multifatorial, não estamos nos referindo somente às múltiplas influências que ela recebe do tipo de dieta adotada e dos padrões de atividade física seguidos pelas pessoas. Há mesmo uma variedade bem maior de pesos e contrapesos nessa balança.


Um dos fatores fundamentais para que você tenha um corpo saudável é a manutenção do equilíbrio hormonal de seu organismo. Em outras palavras, se seu sistema hormonal estiver desregulado, é bem provável que a gordura se acumule em seus tecidos, mesmo que você se esforce para ter uma alimentação adequada e uma bela rotina de exercícios.


Para entender esse processo, vale a pena descobrir o que são e como agem essas substâncias corporais chamadas hormônios e como é possível regular o seu funcionamento.


Além da sexualidade


É comum associarmos a palavra hormônio com a definição do gênero de uma pessoa. Desde a formação do feto, a composição hormonal é diferente para homens e mulheres e essas diferenças vão gerar características físicas e comportamentais próprias a cada sexo. A etapa da vida em que isso se torna mais visível é a adolescência. 


É o período em que os corpos femininos se arredondam, enquanto os dos homens ficam mais musculosos e se revestem de pelos. Elas menstruam. Eles passam a produzir espermatozóides. Ambos sofrem mudanças intensas de comportamento para que possam sair do universo infantil e entrar na vida adulta.


Sim, os hormônios têm tudo a ver com a sexualidade. Mas eles vão muito além dela e entender como controlam muitas das funções do nosso organismo, inclusive as que estão relacionadas às dimensões mentais e emocionais, é uma das chaves para escapar da sina de ter um corpo e uma consciência cada vez mais pesados.


Os grandes catalisadores


Primeiro, vamos entender o que são essas substâncias e, para facilitar, você pode imaginar o efeito do fermento em uma receita de pão. Embora a quantidade desse ingrediente que você adiciona à massa seja ínfima, o volume que ela vai adquirir depois desse acréscimo é visivelmente maior, não é? 


Isso ocorre porque o fermento é um catalisador, ou seja, vai interferir na velocidade da reação química que ocorre enquanto o pão é assado, liberando uma grande quantidade de gás carbônico - o que faz a massa estufar - com o aumento da temperatura.


Hormônios, assim como as enzimas, são biocatalisadores: eles podem estimular ou inibir certos processos do corpo, como a produção de determinadas substâncias ou o funcionamento de um órgão. 


Produzidos pelas glândulas que compõem o sistema endócrino ou por certos tipos de neurônios especializados, podemos dizer que eles regulam muito do que ocorre fisicamente, mentalmente e emocionalmente com você.


Hormônios enlouquecidos


Já deu pra perceber a importância deles em sua vida, não é? Mas se, como vimos, eles regulam várias funções de seu organismo - e até seu comportamento -, o que acontece se eles mesmos estiverem desregulados? 


Sabe aquela vontade de ficar beliscando durante o dia, que sabota sua luta contra a balança? Quando a leptina, o hormônio responsável pela saciedade, e a grelina, o hormônio que regula a fome, estão em desequilíbrio, você vai sentir um impulso para petiscar mesmo que tenha feito refeições adequadas.


A razão desse desbalanceamento pode ser genética, mas também pode ser comportamental, já que se comprovou que a alta ingestão de alimentos gordurosos pode inibir a saciedade, fazendo com que você sinta cada vez mais aquele impulso para comer guloseimas que não nutrem nada - mas engordam muito!


Outros hormônios diretamente relacionados ao ganho de peso são a insulina, que regula os níveis de glicose no sangue, e o cortisol, o famoso hormônio do estresse. Se eles forem liberados de forma excessiva, vão levar ao armazenamento de gordura, principalmente em torno da região abdominal. 


Pensou naquele pneuzinho que insiste em resistir às dietas? Ou naquela barriga saliente chegando primeiro do que o restante do corpo? Pois é.


E os hormônios sexuais, que, conforme mencionamos, costumam ser os mais conhecidos pelas pessoas, têm influência no acúmulo de quilos a mais, sim. Nas mulheres, se houver um desequilíbrio na produção de estrogênio e de progesterona, como no caso da síndrome dos ovários policísticos (SOP), isso pode levar à retenção de líquidos e ao aumento de peso.


Nos homens, os níveis de testosterona diminuem com o envelhecimento, o que desacelera o metabolismo, criando mais dificuldade em queimar calorias e, portanto, dando aquela força para o corpo armazenar gordura, especialmente na área abdominal. 


No ritmo certo


Se os hormônios agem como catalisadores, aumentando ou diminuindo a velocidade das reações que ocorrem no nosso organismo, o passo que temos que dar para manter o equilíbrio é encontrar o ritmo adequado para que eles sejam produzidos e liberados pelo sistema endócrino. Assim podemos manter um metabolismo funcional, o que permite o controle do peso.


E o caminho para ter sucesso nesse objetivo passa pelo acesso a profissionais de saúde capazes de compreender o que está acontecendo com você, se seu corpo está produzindo algum hormônio em excesso ou em quantidade insuficiente, se há ou não influência genética nessa disfunção - ou se ela se deve a fatores ambientais - e o que é possível fazer para revertê-la.


Testes genéticos, reposição hormonal, mudança de hábitos, atividades que desestressam, terapias com alta tecnologia: tudo isso e muito mais pode entrar em um tratamento que cuide de você integralmente. Assim como a obesidade é uma doença multifatorial, a forma de vencê-la também é composta por uma combinação de técnicas e atitudes. 


Reger a orquestra absolutamente única de seu organismo, mantendo o ritmo certo de todos os seus órgãos, é o que um sistema hormonal equilibrado pode fazer por você.


Embalado por esse ritmo, você vai se harmonizar com o fluxo da matéria e da energia - que circulam continuamente na natureza - sem reter nada (muito menos a gordura!) que não lhe pertence.


Awake. Life is inside.