- Conhecimento
Buzinas, anúncios em alto-falantes, motociclistas acelerando, martelos e furadeiras em obras que parecem nunca ter fim: são esses os sons que você costuma ouvir?
No meio da correria diária, nos acostumamos com o barulho constante e encontramos alívio nas nossas músicas preferidas dentro dos fones de ouvido. Para quem pode, ainda existe a possibilidade de buscar refúgio fora da cidade e ir para o meio da natureza, só para deixar o caos da cidade por um tempinho.
Nessas ocasiões, experimentamos um raro bem-estar, que nos traz paz e nos revigora. É que o som, quando vindo de fontes naturais, como o mar, o vento e o canto dos pássaros - ou quando é emanado por uma composição musical harmônica -, tem um imenso poder terapêutico e ajuda a equilibrar nossas energias.
É que os efeitos dos sons vão muito além dos nossos ouvidos, eles repercutem em todas as nossas células, já que são pura vibração. É esse poder vibracional que constitui a base do que chamamos de terapia sonora.
Sonoridade ancestral
O uso terapêutico de instrumentos musicais é milenar e já foram encontrados instrumentos musicais fabricados há mais de 35 mil anos. Muitas vivências meditativas são acompanhadas de música ou de algum tipo de sonorização. Instrumentos percussivos, como tambores, fazem nosso corpo vibrar intensamente com o pulsar de seu ritmo. Flautas e outros instrumentos de sopro estão associadas com a ideia de encantamento, como mostram tantas fábulas tradicionais. Cânticos e vocalizações sempre foram usados em processos de cura, como no xamanismo; ou para promover estados de transcendência, como nos coros monásticos.
Mas, se os seres humanos de todos os tempos sempre se valeram das propriedades harmonizadoras dos sons, eles não sabiam quais eram os processos físicos por trás delas; seus saberes eram intuitivos e empíricos. Hoje, com o avanço do conhecimento científico, já é possível compreender muito melhor esses incríveis mecanismos e podemos usá-los com mais consciência.
A ciência do som
Vários estudos acadêmicos mostram como sons ambientes, sejam produzidos pela natureza, sejam emitidos por música instrumental suave, podem reduzir a ansiedade e promover maior concentração, inclusive para estudantes em período de exames escolares e palestrantes antes de grandes eventos. É que eles estimulam a região do cérebro que reconhece o prazer, liberando dopamina, endorfina e serotonina, substâncias químicas que geram relaxamento e inibem a dor.
A ciência também já nos revelou que, para emitir um som, todo elemento deve vibrar, o que significa fazer um movimento repetitivo, em que cada "vai e vem" completo define um ciclo. O número de ciclos completos - que medimos durante um segundo - é chamado de frequência. As frequências podem ser de muitos tipos diferentes e, em relação às frequências sonoras, nossa audição consegue captar aquelas que estão dentro de uma faixa entre 16 a 25 mil ciclos.
Como a propagação do som se dá por meio da vibração, podemos dizer que ele é uma manifestação da energia que permeia tudo o que existe. De elétrons girando ao redor do núcleo de um átomo, até o movimento dos planetas em torno do sol, tudo está vibrando com frequências próprias. Chamamos a frequência em que um elemento vibra, quando ele está em seu estado natural, de ressonância. Desse modo, tudo o que compõe o mundo que nos cerca tem sua própria frequência de ressonância, mesmo quando não conseguimos ouvir sua emanação.
Em ressonância com o cosmos
Algo que muita gente não sabe é que existe uma faixa de frequência de ressonância para o campo eletromagnético da Terra e que a NASA já conseguiu identificá-la. Ela é chamada de Ressonância Schumann ou “frequência cardíaca atmosférica do planeta". Podemos dizer que é como se ecoasse os sons primordiais do universo e terapeutas sonoros têm estudado como ela se relaciona com os elementos em vibração na superfície da Terra, inclusive os seres humanos.
Você pode ter contato com esse conhecimento inovador através de vivências terapêuticas de Sound Healing, realizadas com o uso de elementos como as tigelas de cristal de quartzo. Afinadas na mesma frequência que a do campo eletromagnético do planeta, elas emitem sons que amplificam, transformam, armazenam e transferem energia positiva através de sua ressonância com o corpo humano.
Mas existem várias modalidades de terapias vibro-acústicas e, quando experienciadas em sessões individuais, elas podem ser cuidadosamente moldadas de acordo com as suas necessidades. Uma dessas vivências é realizada com o posicionamento de Taças Tibetanas em pontos específicos do seu corpo. Em conjunto com uma série de outros instrumentos terapêuticos, elas geram estados profundos de relaxamento e bem-estar.
Trata-se de uma rara experiência de descompressão, produzindo efeitos semelhantes aos efeitos que sentimos ao nadar no mar, respirar o ar de uma floresta, andar descalço na terra, escutar o canto dos pássaros ou tomar um banho de cachoeira. Ao harmonizar suas frequências internas, você reduz a ansiedade e o estresse, amplia o foco e a clareza mental, favorece um sono restaurador, além de impulsionar a vitalidade e a criatividade.
Farmácia sonora
Há cada vez mais estudos científicos que mostram como as terapias sonoras podem ser usadas para contribuir no tratamento de muitos desequilíbrios físicos e psicoemocionais. A medicina musical - que usa a música ou alguma forma de sonorização como meio terapêutico - é um setor emergente dentro do campo da saúde e seu desenvolvimento tem ocorrido com base nas evidências de eficácia em seu uso.
Vibrações acústicas já são utilizadas amplamente para redução da dor em muitos setores de cuidados com a saúde, como a ortopedia, a fisioterapia e a odontologia. Pessoas que escutaram música antes, durante e após a realização de uma cirurgia disseram sentir menos dor no pós-operatório e tiveram menor necessidade de analgésicos. No caso dos sons do cristal, eles atuam como um remédio natural, promovendo um relaxamento profundo e induzindo a estados meditativos, já que alteram os padrões das ondas cerebrais e trazem estabilidade emocional.
A partir desse conjunto crescente de saberes científicos, as propostas de terapia vibro-acústicas oferecem um verdadeiro banho sonoro, em que você pode acionar as propriedades curativas que estão dentro de seu próprio corpo, criando coerência cardíaca e agindo na modulação dos seus sistemas funcionais. As ondas desse banho de energia são capazes de atravessar todas as camadas, equilibrando as esferas sutis, para atuar na esfera física.
Sim, é possível vibrar em sintonia com os sons ancestrais, sentir seu poder de harmonização em todas as suas células e ser, você também, um dos instrumentos que compõem uma incrível orquestra natural, afinada com a trilha sonora do universo.
Awake. Life is inside.